terça-feira, 24 de agosto de 2010

MIDNIGHT OIL

Time for Climate Justice

Estava a ouvir a adaptação do tema Beds are Burning dos Midnight Oil para a campanha “Time for the Climate Justice”, essa acção lançada pelo Kofi Annan e que pertende tentar apelar para o bom senso mundial no que diz respeito à atitude ambiental… aquilo que tantos dizem apoiar mas que lhes é indiferente. Afinal quem corre o risco de morrer são os netos. Eles já cá não estarão para ver e a família se para a maior parte das pessoas não é um legado, certamente no futuro ninguém os culpará.
O tema Beds are Burning é cantado por 60 artistas Duran Duran, Mark Ronson, Jamie Cullum, Melanie Laurent, Marion Cotillard, Milla Jovovich, Fergie, Lily Allen, Manu Katche, Bob Geldof é claro, Youssou N’Dour, Yannick Noah. Foi escrito de novo pelos próprios Midnight Oil de forma a que o poema transmita a enorme crise humanitária que se apresenta actualmente, o problema climático global.
A ideia antecedeu a conferencia de Copenhaga que tornou a dar em batatas, mas ficou uma pedra mais na tentativa de fazer acordar quem não quer saber ou que se afirmando como preocupado nada faz e não sai de cima.
O tema acaba por ser o hino da TckTckTck, a campanha que foi fundada pelo próprio Mr Annan com o apoio do Forum Humanitário Mundial.


Midnight Oil "to me"
O pessoal entendido em história da música classifica os Midnight Oil como tendo “nascido” em 1976 na Austrália.
Para mim nasceram dentro do carro, quando o meu pai punha o rádio mais alto e cantava aos gritos Beds Are Burning.
O inicio deve-se ao resultado da união do guitarrista Martin Rotsey com outros três rapazes locais, Jim Moginie, Rob Hirst e Peter Garrett membros de uma banda chamada The Farm onde entre 1971 e esse ano tinham havido uns quantos cataclismos existenciais. Foi em 1976 que provávelmente numa noite encontraram petróleo, mudarando de nome para Midnight Oil.
O primeiro album deles saíu sem titulo, embora fosse conhecido pelos fãs como The Blue Meanie. Estava-se em 1978 e logo no ano seguinte em Outubro saíu Head Injuries. Embora o sucesso não fosse grande, a forte participação ao vivo criou uma razoável ceita de seguidores.
Em 1980 o Andrew James foi à vida tendo sido substituido pelo Peter Gilford. Nesse ano sai também o terceiro album, Bird Noises.
Em 1981 a banda vôa de Sidney para Londres de Boeing 747 para irem gravar com um ser extra, o produtor Glyn Johns, que se forem ver, aparece montes de vezes nas letras pequeninas por trás dos discos dos Roling Stones ou dos the Who. Quer isto dizer, quando vêem o CSI até ao fim e ouvem o We Won’t Get Fooled Again no fim, podem ficar muito contentes porque o produtor já era o Johns; acho eu. Foi assim que nasceu em Novembro Place Without a Postcard, um album que vai ser lembrado por Armistice Day e Don't Wanna Be the One. É com este album que se começa a revelar uma certa atitude interventiva da banda no meio politico.
Em 1982 andam de novo de avião para Londres onde se juntam a um novo membro que vai revolucionar a banda. Nick Launay é a pessoa, o jovem experimentalista digital que vai dar um novo complemento a letras que cada vez mais crescem de conteúdo. O album 10,9,8,7,6,5,4,3,2,1 de Novembro de 1982 é classificado como um dos mais incriveis albus jamais gravados. Eu não acho nada de tão grandioso mas o facto é que Power and the Passion, US Forces e Short Memory tornam-se clássicos.
Em 1984 sai Red Sails in the Sunset, com a mesma produção mas editado no Japão. Kosciusko e Best of Both Worlds são os meus temas favoritos, embora também do público em geral.
Em 1985 o Peter Garret envolve-se directamente em questões ligadas ao desarmaneto nuclerar, enquanto a banda lança um EP, Species Deceases de onde sobressai o tema Hercules.
A partir daí a história da banda vai continuar por caminhos absolutamente invulgares, juntando-se a bandas aborigenes australianas, com especial relevo para The Warumpi Band. Estávamos em 1986 e essas experiencias levaram à escrita de um livro e realização de um documentário onde se mostrou as diversas facetas positivas e mais negativas da ideia. O impacto social foi intenso e daí nasceu um novo disco, Diesel and Dust. É deste album os temas Dead Heart, Dreamworld, e o famoso Beds are Burning tema agora utilizado na campanha ambiental lançada por Kofi Annan, referida na caixa junto a este texto.
Diesel and Dust foi multi platinium nas vendas.
Já em 1990 Blue Sky Mining com temas tipo One Country, Blue Sky Mine, e Forgotten Years, revela uma banda que mantem a sua fidelidade à qualidade da escrita e dos poemas, uma visão internacional. Realce para a atitude e presença de Bones Hillman o terceiro baixo que se revela um extremo talento.
Depois de 15 anos consecutivos de trabalho, a banda refreia a sua atitude no principio dos anos noventa.
Em 1992 eu nasci e eles lançaram Scream in Blue um album ao vivo seguido em 1993 de outro, bem mais fraco sonoramente, Earth and Sun and Moon. Breathe de 1996 mantem-se fiel aos seus principios sem que haja entretanto nada significativo a revelar.
Em 1997 laçam 20000 Watt RSL - The Midnight Oil Collection onde se recordam 16 temas de top e se juntam What Goes On e White Skin Black Heart, temas novos, nunca editados antes. O album é de imediato número 1 nos “charts” mantendo-se como uma das mais poderosas forças do rock puro australiano, a par, por exemplo, com os ACDC.
Desde os tempos da aventura aborigene que Wayne Livesey era o produtor da banda e é de novo em 1998 após um realinhamento da banda que antecede Redneck Wonderland.
Em 2000 os Midnight Oil participam no album Liberdade, um album para angariar fundos para o povo de Timor Leste. O tema é Say Your Prayers, que também sai em The Real Thing, o novo album que usa como título a recriação de um tema australiano com o mesmo nome, editado em 1968.
Em 2000 no encerramento dos Jogos olímpicos de Sidney, os Midnight interpretam Beds Are Burning sendo vistos por milhões de pessoas no mundo inteiro.
Capricornia sai em 2002 sendo seguido de um tour promocional pelos Estados Unidos e Austrália.
No fim desse ano, Peter Garret reforma-se com a banda, referindo que para a sua vida os últimos 25 anos tinham sido de uma enorme participação e intervenção, estando certo que tinha contribuído à sua maneira para o sentido de vida de quem os ouvia.
Em 29 de Janeiro de 2005 os Midnight Oil juntaram-se de novo para participarem no Sydney Cricket Ground num concerto de angariação de fundos para apoiar as vitimas do “tsunami” que atingiu a Indonésia.

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